Pedras de Fogo fica na Região Metropolitana de João Pessoa, a capital da Paraíba, e tem cerca de 30 mil habitantes, segundo o IBGE. A cidade faz divisa com Pernambuco e tem uma economia baseada na agricultura, na pecuária e no comércio. O clima é tropical, com temperaturas médias de 25°C e chuvas concentradas no inverno.
A história de Pedras de Fogo começa no século XVII, quando o capitão-geral André Vidal de Negreiros doou um engenho de açúcar chamado Engenho Novo de Goiana à Nossa Senhora do Desterro de Itambé. Esse engenho tinha terras que se estendiam pela Paraíba e era administrado por uma Santa Casa de Misericórdia de Lisboa. No local, foi construída uma capela dedicada à santa, que deu origem ao povoado de Desterro.
No entanto, o engenho e a capela entraram em decadência por causa do descaso dos administradores e dos ataques dos índios. Muitos moradores do Desterro se mudaram para outro lugar, onde havia uma feira de gado que atraía comerciantes e viajantes. Esse lugar era conhecido como Pedras de Fogo, por causa de uma lenda que dizia que as pedras da região soltavam fogo quando batiam umas nas outras.
Pedras de Fogo se desenvolveu como um centro comercial e agrícola e se tornou uma vila em 1860, desmembrando-se do município de Pilar. Em 1953, Pedras de Fogo se emancipou politicamente e se tornou um município. Desde então, a cidade vem crescendo e se modernizando, mas sem perder a sua identidade e o seu patrimônio histórico e cultural.
Entre as principais atrações turísticas de Pedras de Fogo, podemos destacar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição. Pedras de Fogo é uma cidade que vale a pena conhecer, pois tem uma história rica e uma cultura vibrante.
História de Pedras de Fogo
Com o tempo, Pedras de Fogo foi desligada de Pilar pela Lei Estadual nº 10, de 06 de agosto de 1860, passando à categoria de Vila. A história de Pedras de Fogo, no entanto, teve um rumo turbulento, em razão de conflitos políticos e administrativos entre as classes representativas locais. Essas questões motivaram a extinção da Vila, em 1896, quando o mesmo foi incorporado ao Município de Cruz do Espírito Santo. Dois anos depois, ocorreu um processo inverso, passando Espírito Santo a pertencer a Pedras de Fogo, pela Lei Estadual nº 125.
A Emancipação Política do Município de Pedras de Fogo ocorreu no dia 05 de maio de 1953. Desde então, Pedras de Fogo tem sido ponto de destaque na historiografia paraibana e tem relação contígua com o igualmente valente e bravo estado de Pernambuco, através da cidade de Itambé. Pedra de Fogo e Itambé surgiram como um único aglomerado urbano e, mais tarde, se separaram por questões políticas. Pedras de Fogo foi primordialmente habitada por indígenas das nações Tabajara e Potiguara, tende este último se situado mais tarde ao norte do Município, ou seja, no local onde hoje está situada a Zona Urbana de Pedras de Fogo. Entre os personagens mais ilustres da história de Pedras de Fogo, destaca-se o Capitão André Vidal de Negreiros, oficial das tropas portuguesas que expulsaram os holandeses da Província, durante o processo de colonização.
Vital Maria Gonçalves de Oliveira
Vital Maria Gonçalves de Oliveira nasceu em 27 de novembro de 1844, no Engenho Aurora, Pedras de Fogo, Freguesia de Itambé, Pernambuco, divisa com a Paraíba. Filho do Capitão Antônio Gonçalves de Oliveira e D. Antônia Albina de Albuquerque, D. Vital iniciou seus estudos sob a direção do Padre Antônio Generoso Bandeira, na Escola Pública de Itambé. Em seguida, mudou-se para Recife, onde estudou no Colégio Benfica, que era dirigido por sacerdotes. Foi aluno destaque e logo conquistou a estima dos mestres e colegas. Entrou para o Seminário de Olinda e recebeu a tonsura (cerimônia religiosa em que o Bispo dá um corte no cabelo do ordenado ao conferir-lhe o primeiro grau do clericato) das mãos de D. João da Purificação, em 1861, merecendo a distinção de ir estudar Teologia no Seminário de Issy. Em Paris, onde ficou até 1863, quando entrou para o Convento dos Capuchinhos, em Versailles. Em 1868, concluiu seus estudos sacerdotais e em Toulouse, na França. Retornado ao Brasil ensinou Filosofia no Seminário Maior de São Paulo. Em 1871, D. Vital foi escolhido pelo Imperador D. Pedro II para ser o bispo de Olinda. Em maio de 1872, com apenas 27 anos, D. Vital assumiu a sua Diocese, sendo recebido com solenidade e tomando posse de seu cargo na Igreja do Espírito Santo. Logo iniciou campanha contra a Maçonaria, o que originou a chamada Questão Religiosa. Nessa época, a Maçonaria era proibida pelo Papa aos católicos.
Todavia no Brasil a Maçonaria atuava normalmente e era seguida pela maioria das personalidades do império e até havia prestado relevantes serviços no processo de independência do Brasil. D. Vital encontrou na Diocese muitos padres maçons e confrarias governadas por maçons, em sujas mãos estavam às chaves das Igrejas e até as do sacrário. O próprio Primeiro Ministro, da época, o Visconde de Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos) era Grão – Mestre da Maçonaria. Por ocasião das comemorações da Lei do Ventre Livre, a Maçonaria organizou, no dia 2 de março de 1872, uma festa que foi prestigiada por grande número de pessoas. Os Bispos D. Vital e D. Macedo foram presos e condenados a quatro anos de prisão e trabalhos forçados, a mando do Imperador, que ainda enviou um emissário a Roma, o Barão de Penedo, com a finalidade de conseguir do Papa Pio IX uma condenação para os bispos. Finalmente, através do Decreto 4.993, de 17 de setembro de 1875, foi decretada a anistia. Ao ser libertado da prisão, D. Vital viajou para Roma com a Finalidade de esclarecer sua posição perante o Papa, uma vez que o Barão de Penedo e o Barão de Araguaia tinham deturpado a verdade. Barão de Penedo e o Barão de Araguaia tinham deturpado a verdade. D. Vital doente e exausto solicitou sua exoneração do cargo, mas não foi atendido, nem por Pio IX e nem por seu sucessor Leão XIII. Dessa forma, em outubro de 1876, voltou à sua Diocese, onde foi recebido com manifestações de boas-vindas.
Conquistou seu trabalho restaurador, concluindo a obra interrompida em decorrência das questões religiosas. Porém, seu estado de saúde agravou-se e ele teve de voltar à Europa, onde morreu no dia 4 de julho de 1878, com 33 anos de idade. D. Frei Vital é considerado mártir da fé e defensor dos direitos da Igreja Católica. Depois de três anos, os restos mortais de D. Vital foram transferidos para o Brasil e sepultados, solenemente na Basílica da Penha, no Recife.